Canto de Nostalgia

Para comemorar o dia 27 de agosto, e fazer um brinde à amizade, desenterro do baú um lugar bastante festivo da minha história - e geografia xD -, pedindo perdão por, é claro, ele não ter sido encontrado aleatoriamente (e pelas inúmeras observações pessoais). Eis aí:

15º 48' 3.35'' S  47º 53' 55.69'' W

 IHGDF ("aquele troço branco")...

 ...SQS 904, Asa Sul...

 ...Brasília, Distrito Federal...

...Brasil

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O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal é um edifício brasiliense a la Nyemeyer que foi fundado em 1964 e, exageros à parte, provavelmente permaneceu sem visitantes desde então. Na realidade, as atividades do prédio funcionam no subsolo, por isso parece sempre tão abandonado - além do fato de nunca haver mais de dois carros estacionados no local e de o mato do jardim frequentemente possuir mais de um metro de altura.
Ele foi fundado no intuito de promover a divulgação da cultura e ativar a pesquisa referente ao patrimônio histórico e geográfico do DF, mas todos que o conhecem de verdade sabem que a atividade mais divertida de realizar por lá é subir por uma das rampas da "aranha" para admirar o pôr-do-sol ou simular lutas com sabres-de-luz imaginários. Alguns até se aventuraram a deixar mensagens para ser fotografadas pelo Google Earth lá no topo (não que tenha dado certo ¬¬).
A sala do térreo, ou Museu Memorial de Brasília, possui toda sorte de objetos antigos da história da capital, desde recortes de jornal a um enorme projetor de cinema (se não me engano) e maquetes. Já tentei esconder um tesouro numa das peças, mas evidentemente não direi se consegui, nem qual das peças foi.
O IHGDF foi restaurado no último ano, e tem se mantido branco e bonito desde então. O que não parece ter atraído visitantes. A praça nos fundos do terreno é um lugar ideal para fazer piqueniques, jogar sapatos nos amigos ou namorar. E agora, construíram um pequeno obelisco cinzento no local, o que não sei se significa alguma coisa.
Falo desse lugar com tanta intimidade porque passei três anos da minha vida estudando (ou não) no colégio que se localiza no lote ao lado; assim, sempre que surgia uma oportunidade, eu e meus amigos íamos à praça e/ou subíamos o troço, simplesmente para fazer algo divertido, porém não necessariamente permitido, juntos. Era muito, muito legal.
Depois que terminei o colégio, voltei algumas vezes no IHGDF, pelo simples prazer de relembrar os bons momentos. E posso dizer com alegria que tive companhia. Acho que jamais esquecerei desse pequeno patrimônio perdido no meio de Brasília, que me proporcionou tantos momentos de paz.
Uma última coisa: como cidadão honrado desta cidade, devo pedir que não escalem o prédio como eu fiz, tão irresponsavelmente, pois é errado. Mas deixando essa maturidade de lado, devo dizer... vale a pena^^ 

Crédito da imagem de abertura: Google Maps

No Meio do Nada

Finalmente desencalhados daquele erro, vamos em frente. Na minha opinião, esse lugar é um combo de "impressionância":

74° 50' 41.74" N  138° 52' 1.88" E

 Uma base meteorológica sinistra...

 ...Ilha Kotelny...

 ...Anzhu Islands, Ilhas da Nova Sibéria...

...Yakutia, Rússia

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Essa estação meteorológica isolada se situa - se dessa vez o fotógrafo tiver sido preciso - na parte sudoeste da Ilha Kotelny, parte de um grupo de três ilhas (junto com a Ilha da Nova Sibéria e a ilha Belkov) que são conhecidas por Subgrupo Anzhu, em homenagem ao explorador que as descobriu. Esse subgrupo, por sua vez, é parte do arquipélago das Ilhas da Nova Sibéria, formado por ilhas e ilhotas de pouca altitude, sendo o ponto mais alto delas, inclusive, na própria Ilha Kotelny (Monte Malakatyn-Tas, 374 m).
Uma curiosidade sobre Kotelny é que sua parte central, conhecida como Terra de Bunge (em bege, na foto da ilha) é frequentemente inundada devido a ser praticamente ao nível do mar, o que divide a ilha em duas áreas, sendo a mais ao leste às vezes considerada uma ilha a parte, Faddeyevsky. A Terra de Bunge é arenosa, plana e praticamente desprovida de vegetação. Kotelny, por sua vez, é coberta de tundra e possui populações de raposa-do-ártico. Já foram encontrados esqueletos de mamute por lá =]
É fantástica a vista aérea desse lugar, parece uma palheta de pintura! E o rio majestosamente azul que corta o leste da ilha... não é rio coisa alguma, mas sim o próprio mar siberiano invadindo.
Fiquei pensando como deve ser trabalhar nessa estação meteorológica que mais parece um portal pra outra dimensão. Um lugar mais em lugar nenhum do que a casa do Coragem. O tipo de lugar cujas chances de encontrar durante uma caminhada devem ser menores do que... encontrar Manarola em Semisopochnoi (ver posts anteriores pra entender^^)! Mas aí pensei positivo: se ali morar um casal... pode ser até bastante aconchegante! Ainda mais se a base tiver um bom tapete e uma boa lareira...

Crédito da   imagem de abertura:  Rene Robert

Tudo em seu Devido Lugar

Começamos com o pé esquerdo. Vamos encaixar algumas peças soltas:

44° 6' 24.76" N  9° 43' 33.25" E

Um vilarejo colorido...

...comuna de Riomaggiore...

...província de La Spezia...

...Liguria, Itália

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O festivo distrito de Manarola é uma das cinco localidades que compõem o patrimônio mundial da UNESCO conhecido como Parque Nacional de Cinque Terre. Esse acidentado trecho de terra se localiza na costa da Riviera Ligure, e é composto pelas comunas de Monterosso al Mare, Vernazza e Riomaggiore, além de dois distritos: Corniglia (em Vernazza) e Manarola, o foco do post em questão.
Manarola é possivelmente a localidade mais antiga de Cinque Terre, com a pedra angular de uma de suas igrejas datando de 1338. Lá se fala um dialeto próprio, o manarolês, e supõe-se que o nome do vilarejo tenha origens no latim magna rota.
Manarola é famosa pela produção de vinho e possui inclusive um vinho local renomado, chamado Sciacchetrà, mas eu não entendo nada de vinhos... É um ponto turístico famoso por por sua trilha Via dell'Amore, que tem mais relação com a ferrovia Gênova-La Spezia do que com amor xD Mesmo assim, com certeza, deve ser uma caminhada belíssima.

Crédito da imagem de abertura: Luca Volpi

Começamos Bem...

Parece que Murphy não desiste de me infernizar, nem quando meu objetivo é incentivar a curiosidade ><
Acontece o seguinte: Com a pulga atrás da orelha em relação à informação da Wikipedia de que a Ilha Semisopochnoi é desabitada, eu comecei a pesquisar para descobrir então onde raios ficava o tal vilarejo colorido do post passado. Daí, utilizei um artifício em que deveria ter pensado ontem, antes de cometer o erro e inaugurar o blog com um vacilo: a ferramenta de busca de imagens do Google. Ao "upar" a imagem do vilarejo para que o Google pesquisasse imagens similares, imediatamente ele encontrou diversas, claramente mostrando o lugar em questão, só que com coordenadas do outro lado do mundo: Itália!
Devo admitir que estou um pouco bolado com o fotógrafo agora... Porque raios o cara foi indicar a foto de um vilarejo italiano no Mar de Bering?! De qualquer forma, ao menos percebi o erro, antes de maiores complicações, e agora irei corrigir da seguinte forma: o post original será mantido, afinal, quando tudo começou eu realmente achava que o vilarejo ficava na ilha aleutiana lá (e foi isso que mais me surpreendeu... inclusive fiquei um pouco decepcionado de que não haja nada de especialmente inusitado na ilha...). Mas haverá um aviso sobre o erro, e então postarei informações corretas e geograficamente precisas sobre o vilarejo em questão, em La Spezia, Itália.
É uma pena que começamos mal... mas ao menos agora serei um pouco mais cuidadoso. Diferentemente do fotógrafo ¬¬

Boas-Vindas em Tons de Festa

Atenção: este post possui erros crassos, e foi mantido apenas por seu valor simbólico. Leia até o final para maiores informações.

Vamos começar com o lugar que me tirou o fôlego primeiro, e que me deu a idéia de começar este blog:

51° 52' 41.47" N  179° 36' 16.17" E

Um vilarejo colorido (que não é na)...

...Ilha Semisopochnoi...

...Mar de Bering...

...Alaska, EUA

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Semisopochnoi, em russo, significa "ter sete colinas", mas tem também um nome aleut (uma língua esquimó): Unyax, já que pertence ao Alaska, e não à Rússia.
Essa ilha é parte do arquipélago Rat Islands, um dos grupos de ilhas mais ao oeste das Aleutian Islands. Mas apesar de estar no oeste dos EUA, ela é, em relação à longitude, o ponto mais ao leste das Américas, pois está a 14'' ("minutos") do meridiano 180º, que "separa" um dia do próximo/anterior (dependendo do referencial xD).
A ilha possui sete grandes montanhas, como sugere o nome russo, e uma delas é o Monte Cerberus, um vulcão que teve sua última erupção conhecida em abril de 1987. A ilha abriga espécies de aves que nidificam no solo e de muitas aves marinhas, não possuindo nenhuma espécie nativa de mamífero.
Uma informação veiculada pela Wikipedia sobre esta ilha é que não há habitantes humanos em seu território. Fato este conflitante com a foto que abre o post, eu diria... É claro que a Wiki pode estar desatualizada... ou o fotógrafo falhou na precisão na hora de indicar as coordenadas do lugar (foi isso mesmo!)
De um jeito ou de outro, e seja lá onde realmente fique o animado vilarejo, ele não perde seu status de impressionante e inusitado. E de criativo, é claro.


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Agora a correção! O vilarejo mostrado na primeira imagem NÃO FICA EM SEMISOPOCHNOI! Seu nome é Manarola, fica na província italiana de La Spezia e é um dos cinco vilarejos que compõem o trecho de terra turístico conhecido como Cinque Terre. Haverá um post completo sobre isso.
Por fim, uma imagem REAL da ilha Semisopochnoi, que não é tão inusitada, mas não deixa de ser linda:

Monte Cerberus, maior vulcão da ilha

Crédito da imagem de abertura: Z. Shanhui (fotógrafo descuidado ¬¬)
Crédito da imagem de fechamento: C. A. Neal